quarta-feira, 27 de maio de 2015

PLANO DE INTERVENÇÃO - AVALIAÇÃO DO TRABALHO REALIZADO




Sendo esta Unidade Escolar inserida em um bairro predominantemente carente, que enfrenta no seu cotidiano as drogas e seus efeitos, cabe a nós termos como uma de nossas prioridades fazer de nosso grupo discente cidadãos autônomos, capazes não só de criar suas próprias histórias, mas, sim fazer parte das transformações necessárias para uma vida melhor... Para um futuro melhor!
Para que a missão desta Unidade Escolar seja realidade na vida de nossos alunos, cabe a nós, equipe da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professor “Pérsio Scatena Garcia”, zelar pela integridade de todo grupo discente.
A partir desta premissa reunimos toda comunidade escolar e passamos a conscientizar os pais sobre o quão é importante a responsabilidade dos mesmos perante a vida escolar de seus filhos. Passamos a falar da afetividade, carinho, respeito, e a partir daí comentou-se sobre as Leis, os direitos, os deveres e a responsabilidade da família, de acordo com a ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), artigo 53; a CF (Constituição Federal de 1988), artigo 205 e a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), Lei 9394/96, artigo 2º. Leis estas que determinam, em seus artigos, a responsabilidade do Estado e dos pais perante a educação de seus filhos.
Logo após, foi esclarecido aos pais e toda comunidade escolar o significado das avaliações externas e o quão é importante na vida de seus filhos, e para as Unidades Escolares.
Os resultados do IDEB e IDESP indicam a necessidade de intervenção pedagógica efetiva, pois de acordo com o resultado podemos observar que o desempenho médio de nossos alunos na Prova Brasil em língua portuguesa foi de 205,94 (nível três), enquanto que em matemática 233,53 (nível cinco). Também se pode constatar, após feedback da análise dos resultados SARESP e ANA, que nossos alunos tem um melhor desempenho em matemática em relação à língua portuguesa.
Após esta conscientização passamos a concretizar o PI (Plano de Intervenção), almejando o sucesso do grupo discente perante as avaliações externas.
Para idealizarmos o Plano de Intervenção muitas reuniões e feedback foram feitos, de modo que o mesmo foi sendo elaborado paulatinamente.
A direção deixa claro aos pais que a preocupação é manter o índice já alcançado pela Unidade Escolar – 6,2 (seis e dois décimos). Foi esclarecida, também a importância desta nota para o município e acima de tudo, para os próprios alunos, pois isso indica que estamos diante de uma educação de qualidade, portanto temos não só que manter, mas sim subir este índice.
Todos ficaram cientes que o resultado do IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - em nossa Unidade Escolar, de certa forma, foi satisfatório, porém não atingimos a média estabelecida pelo MEC - Ministério da Educação e Cultura.
             Para tanto, analisamos e nos apropriamos dos indicadores do processo de construção das competências, habilidades e conhecimentos que não foram dominados no segmento avaliado, ficando clara a necessidade de uma intervenção direta dos educadores para suprir as defasagens encontradas.
Então foi esclarecida a necessidade do PI (Plano de Intervenção), para melhorar a atuação em sala de aula, durante o período de aula e a implantação do período integral, procurando atingir um melhor desempenho do grupo discente.
É de suma importância, como relata um dos pais do conselho: “Temos que dar ciência aos demais pais o quão importante é esta avaliação para a Unidade Escolar, e também conscientizá-los da responsabilidade familiar quanto à participação da vida escolar de seus filhos, pois o aprendizado é um tesouro que ninguém jamais tira da vida da gente”.
Procuramos algumas saídas para enfrentar a situação, passamos a redefinir a problemática em torno da organização de trabalho, sendo consideradas todas as questões estabelecidas na busca de resposta para uma intervenção renovadora. Assim, ficou estabelecido um pacto da família, firmando um compromisso pela aprendizagem de seus filhos.
Foi, então, realizado um trabalho envolvendo um debate democrático, sendo tomadas as decisões de forma consciente e crítica, onde destacamos as necessidades do grupo, compreendendo o interesse institucional e social, e dando um novo sentido ao trabalho coletivo como um momento valioso de prática social e educativa.
           Indicadores foram alavancados e avaliados, verificando as condições e necessidades para realizar um trabalho de qualidade no sentido-aprendizagem. A partir desta análise a escola foi mais bem organizada e assim foi potencializado o seu funcionamento.  É preciso considerar, ainda, que esse diagnóstico vai aproximando atores/agentes da situação analisada. Esta aproximação ocorreu através das dimensões assim denominadas: “aproximação contextualizada” - as ideias e as práticas vão sendo exploradas;“aproximação participativa” - onde ocorre uma troca de experiências, em que os educadores colocam em pauta suas concepções, metodologias e atividades e, especialmente os resultados obtidos; e também a “aproximação formativa,”quando se guia o coletivo para as tomadas de decisões mais críticas. Este diagnóstico só será bem sucedido se os atores agentes estiverem engajados e voltados para um trabalho coletivo de compromisso.
Depois de muito estudo foi desenvolvido o plano, “Preparando para o Futuro”, que estará preparando e amparando o grupo discente para as avaliações.
Os objetivos e metas do nosso PI foram traçados no coletivo, toda equipe escolar, pais, o Conselho de Escola, deixaram de lado as aparências e elencaram os problemas relacionados à escola, isso exige reflexão. Esse processo foi feito muitas vezes em discussões entusiasmadas, mas nos levou ao crescimento e a perceber que a qualidade do ensino só ocorre quando todos participam. Levou-nos também a perceber e a refletir que com essas discussões nós nos aproximamos mais da comunidade escolar, que participou com ênfase. Isso fez realmente uma escola com gestão democrática, descentralizada e, principalmente, cidadã.
 Alcançamos com essa atitude uma gestão realmente democrática, compartilhada, e assim avançamos em nossos objetivos, metas, procedimentos e estratégias relacionados não somente à qualidade do ensino-aprendizagem, mas também à formação de cidadãos atuantes e responsáveis.
Cabe lembrar, que ficou estipulado que os professores de apoio da Unidade Escolar também estão à disposição dos professores quanto à recuperação dos alunos com deficiência intelectual, que merecem uma atenção especial da equipe diretiva e de nossos educadores.
Portanto, o objetivo mediante as avaliações externas é essencialmente diagnóstico, pois com base neste diagnóstico, é que as escolas poderão realizar as intervenções necessárias para melhorar o ensino-aprendizagem e por consequência o índice. De outro lado, esta identificação pretende também subsidiar um planejamento mais eficaz, para elaboração de estratégias e programas de recuperação voltados ao atendimento de demandas específicas detectadas pelo processo de avaliação.
O PI foi enviado e aprovado pela Secretaria de Educação. Este tem como estratégia dois professores de língua portuguesa e na disciplina de matemática a direção da Unidade Escolar se prontificou a ministrar as aulas.  Plano, este quetem por objetivos: Elevar índices de aprendizagem do grupo discente, especialmente em língua portuguesa e matemática; garantir a todos os alunos o direito de aprender, tendo em vista o desenvolvimento dos conhecimentos, das competências e habilidades propostas no currículo.
Em período diverso, já estão sendo realizadas as aulas onde o grupo discente estuda os descritores referentes a estas avaliações, ficando responsáveis dois professores para língua portuguesa, com duas frentes recuperação de alunos defasados e outra que irá aprofundar ainda mais os estudos já realizados. Na disciplina de matemática, a gestora da unidade ministrará aulas aos quintos anos. Para que ocorra dentro dos parâmetros, a equipe diretiva, corpo discente, funcionários, pais, enfim, toda comunidade escolar estão envolvidos neste projeto.
 Os alunos estão, a princípio, em período integral na escola, duas vezes por semana. O grupo discente que mora na zona rural, também está participando do projeto, ficando estabelecido que eles permanecessem na cidade em casa de parentes.  A escola está se responsabilizando pelos mesmos, amparando-os quanto à alimentação com lanches e almoço. Os alunos estão se adaptando período integral na escola. As rodas de conversa estão sendo muito úteis, estando planejada, para o próximo dia onze de maio uma palestra com a psicóloga, envolvendo o tema “Convívio Familiar”. 
Os pais concordaram e ouviramnossas reivindicações quanto a horário de saída dos alunos, assinando as autorizações, sendo conscientizados sobre a importância de os mesmos cuidarem para que seus filhos não faltem às aulas, pois a falta acarreta a defasagem no ensino-aprendizagem. Tendo em vista que o papel da escola é promover a aprendizagem e formação de seus alunos, cabe, portanto destacar este foco.
A curto e médio prazo, esta ação envolve os seguintes planejamentos: Revisão e (re) elaboração do PPP ( Projeto Político Pedagógico); Revisão da prática pedagógica a partir dos estudos dos planejamentos semanais; comprometimento com o planejamento coletivo envolvendo toda a comunidade escolar, pois como afirma Paro (1998) “a participação de toda a comunidade escolar requer medidas corajosas, para que todos participem da vida escolar, especialmente as que não têm vez e voz” (p.13).   Nesse sentido, o PI da Unidade Escolar buscou a participação de toda a comunidade escolar na reflexão e busca de solução dos problemas.
As prioridades, referentes às avaliações, sendo elas externas ou não, estão interligadas às demais prioridades da escola, pois se trata de uma escola formadora de cidadãos atuantes, com autonomia, e para que ocorra todo esse processo, com qualidade. Cabe ao gestor desenvolver uma gestão democrática, cuidando do ambiente educativo, da prática pedagógica, das avaliações internas e externas, do ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, da formação e condições de trabalho dos profissionais da escola, do ambiente físico escolar, do acesso e permanência dos alunos na escola.
 Estão sendo colocadas em prática, gradativamente, as ações elaboradas permissíveis a este processo, com o intuito deacompanhar de forma mais eficaz o aprendizado de nossos alunos, sempre analisando as situações de cada estudante, identificando suas fragilidades que podem ter causado diretamente o resultado da avaliação externa – Prova Brasil – tais como: metodologias adequadas, conteúdos importantes e necessários que não foram considerados, competências e habilidades não trabalhadas e práticas avaliativas pouco construtivas. Devendo também ressaltar, que foram todos da U.E. (Unidade Escolar), conscientizados quanto à responsabilidade pelos resultados das avaliações externas. O grupo discente é o sujeito mais importante na ação de intervenção pedagógica, que foi norteada pelos dados disponíveis acerca das aprendizagens construídas pelos estudantes.
Afinal, como toda instituição, “(...) as escolas buscam resultados, o que implica uma atividade racional, estruturada e coordenada. Ao mesmo tempo, sendo de caráter coletivo, essa atividade não depende apenas das capacidades edas responsabilidades individuais, mas também de objetivos comuns e compartilhados, de meios e ações coordenadas e controladas dos agentes do processo” (LIBÂNEO, Oliveira e TOSCHI,p. 344).

 Nas reuniões pedagógicas, HTPCs (Horário de Trabalho Coletivo Pedagógico), com os  pais e com o  Conselho de Escola – estamos sempre conscientizando os professores, os alunos, a família e funcionários, da necessidade de usar caminhos adequados e prazerosos para a concretização do processo ensino-aprendizagem, construindo um ambiente estimulador e agradável.

            Está aí a relevância do trabalho em equipe, do valor da avaliação como parâmetro diário e da necessidade de realizar intervenções constantes e não como medida de valor inexorável.

 Levamos em consideração a importância de estarmos conscientes e a par da elaboração de um plano de intervenção – ação. É preciso organizar as várias atividades que fazemos no interior de nossas escolas. (LIBÂNEO -2001 p. 174-176), nos lembra de que essas atividades podem ser agrupadas em quatro áreas de ação, abrangendo: a organização da vida escolar, o processo de ensino aprendizagem, as atividades de apoio técnico-administrativo, as atividades que vinculam a escola com a comunidade. Nesse sentido o plano deveria contextualizar a escola como um todo, para que possa refletir sobre os sentidos coletivos e os esquemas interpretativos dos sujeitos que ali estão. Dando continuidade, devem-se programar as ações planejadas, levando em relevância a avaliação, que terá que ser permanente, o acompanhamento e o apoio para as ações desenvolvidas.
Daí a importância de concretizar um processo de avaliação qualitativa e formativa, que passe por um reconhecimento dos modos de ação e intervenção na Unidade Escolar, seja por meio de análise do quer pode ser realizado, como por falas e representações daquilo que a equipe pedagógica almeja. Tendo em vista que acreditamos no PI elaborado, plano este, capaz de formar, em especial seus agentes atores no sentido de comprometê-los com uma ação político-pedagógica que dialetize, como diria Paulo Freire (1997,p.88), “a denúncia da situação desumanizante e o anúncio de sua superação, no fundo, o nosso sonho”.
Vale lembrar que esta unidade tem alunos que necessitam de mais atenção, pois estamos diante de famílias administradas por mães que saem no amanhecer e voltam no entardecer, pois trabalham no corte de cana. Cabe a nós ampará-los. Daí a importância da afetividade, de trazê-los para escola e conscientizá-los da necessidade dos estudos para um futuro melhor. Trabalho este que tem sido feito através de rodas de conversa, palestra com psicóloga, e também conscientização dos pais quanto à importância e necessidade da atenção que têm que dar a seus filhos. Tarefa difícil, mas não impossível... Tem nos rendido bons diálogos com os pais e resgatando, assim,o valor da família!

A EMEF. Professor Pérsio Scatena Garcia, se preocupa constantemente com a realidade do grupo discente e é prioridade do PI, pois este tem por objetivo o ensino aprendizagem e, para tanto, temos que inovar na recuperação dos alunos que se encontram defasados, recuperação esta, contínua, constante e paralela. Cabe à equipe diretiva criar condições para que o atendimento personalizado destes alunos seja uma realidade, que os mesmos sejam valorizados e que prevaleça o incentivo ao estudo e resgate da autoestima, pois, de acordo com a Proposta Curricular, os princípios centrais são: a escola que aprende, o currículo como espaço de cultura, as competências como eixo de aprendizagem, a prioridade da competência da leitura e da escrita, a articulação da competência e as habilidades para aprender e a contextualização no mundo do trabalho.

 Toda a Unidade Escolar tem por prioridade, também, os princípios básicos da avaliação, pois estamos diante de um estado avaliador. Na Proposta Pedagógica, no Regimento, planejamento de cada professor, a avaliação está presente.

Na avaliação interna, além da avaliação institucional, que foi realizada através de procedimentos internos e externos, objetivando a análise, orientando e corrigindo os procedimentos pedagógicos, administrativos e financeiros da escola, avaliamos  ainda o grupo discente, no processo ensino-aprendizagem. Mediante esta análise, foram aplicadas as intervenções necessárias. Intervir tem como princípio a ação pedagógica com o objetivo de garantir ao grupo discente o direito de aprender, conforme preconiza a Constituição Federal de 1988. Ação esta que pactua com o compromisso de promover a qualidade do ensino-aprendizagem.

Sendo assim, é de suma importância intervir para confirmar este direito, considerando os resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), e do IDESP (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo), em virtude das avaliações sistêmicas nacionais e estaduais, sendo elas Prova Brasil, ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização), SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo).

Portanto, cabe à equipe gestora: dar suporte necessário para o desenvolvimento das ações planejadas no âmbito da Intervenção Pedagógica; monitorar e acompanhar as ações e execuções do PI; promover um trabalho compartilhado com o Conselho de Escola durante todo o processo; garantir um ambiente de trabalho acolhedor, possibilitando que cada um possa exercer seus direitos, seus deveres e suas responsabilidades, de acordo com as atribuições de cada cargo/função; conscientizar o grupo discente e docente e a família quanto à importância da participação nas avaliações externas; promover junto à equipe escolar momentos de feedback sobre os resultados obtidos após a Intervenção, para assim redefinir as metas a serem estabelecidas. Para que ocorra com eficácia, é necessário que a assessora pedagógica realize acompanhamento na elaboração do PI, em conjunto com a direção, o grupo docente e o Conselho de Escola, verificando as necessidades em virtude do plano, como a contratação de professores. Além desta ação, será executado plano para aulas de reforço escolar, realizadas pelos professores de apoio da Unidade Escolar.

Vale salientar, que este PI tem por objetivo, o desempenho da Unidade Escolar mediante as avaliações externas das quais a escola participa: da Provinha Brasil, ANA – Avaliação Nacional de Alfabetização, SARESP – Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo, Prova Brasil, que mede o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Índice este, que se constitui o indicador de maior evidência, no momento, uma vez que combina resultados de testes padronizados e informações sobre o rendimento escolar. Estas avaliações têm por objetivo oferecer indicadores aos educadores, para o acompanhamento das metas a serem atingidas pelas escolas, em relação à evolução da qualidade das aprendizagens por meio das avaliações do desenvolvimento das competências e habilidades do grupo discente. Esses resultados vão permitir retomadas muito significativas do enfoque de seus trabalhos cotidianos, uma vez que a correta compreensão dos erros e acertos dos alunos permite uma reflexão mais concreta para  as intervenções que estão sendo  realizadas.  Para tanto, é relevante que o gestor seja o articulador dessa reflexão. Portanto é preciso estar atento, verificando a realização das intervenções necessárias, estando sempre presente e pronto para apoiar seu grupo docente nas tomadas de decisões, tendo como foco a melhoria da aprendizagem dos alunos.

 Para que ocorra, com qualidade, estas tomadas de decisões, a unidade escolar está realizando reuniões periodicamente com os pais de terceiro e quintos anos, para retomar a conscientização dos mesmos sobre a importância destas avaliações e da participação de seus filhos nas aulas de apropriação dos descritores exigidos nas avaliações externas.

Por sua natureza, a gestão de resultados corresponde a um desdobramento de monitoramento e avaliação, com foco específico diretamente nos resultados de desempenho da escola, resultantes da aprendizagem dos alunos. Tendo em vista que o papel da escola é promover a aprendizagem e a formação de seus alunos.

  Sendo assim, se necessário for, outras intervenções serão estudadas e elaboradas para alcançarmos um ensino ainda melhor, formando cidadãos valorizados e atuantes.

A direção da Unidade Escolar participa de todas as capacitações, o que tem incentivado a todos os professores a também participar das mesmas, o que está contribuindo para o nosso fazer pedagógico, e com certeza terá influência no aprendizado do grupo discente, auxiliando na melhoria do índice de desenvolvimento da escola. O grupo docente tem se empenhado para que todos os fatores relacionados ao IDEB sejam positivos, buscando sua evolução.  Valorização da equipe escolar e a formação de nossos alunos são de suma importância. Estamos buscando, através de palestras com psicólogos, para maior conscientização dos pais, e assim contribuir para que todos abracem esta causa, desenvolvendo um crescimento mútuo. Temos uma real preocupação com o futuro de nossos alunos e para que isso aconteça toda a equipe é consciente sobre a responsabilidade para alertar e preparar nossos pais em relação ao compromisso dos mesmos perante o futuro de seus filhos.  Compromisso este, não só com o ensino-aprendizagem de seus filhos, mas também com a responsabilidade de transmitir aos mesmos, valores relevantes para a formação de um cidadão.

É muito importante que o grupo docente veja estas avaliações como aliadas, pois seus resultados permitirão retomadas muito significativas do enfoque de seus trabalhos cotidianos, uma vez que a correta compreensão dos erros e acertos do grupo docente permite a reflexão sobre os caminhos adotados. O gestor é o articulador dessa reflexão.                        

 No sentido educacional, reconhecemos uma Intervenção Pedagógica como importante estratégia, sendo esta a reorientação do trabalho pedagógico, a partir do desenvolvimento do currículo básico. Mediante este processo, os educadores são convidados a estabelecer prioridades, rever concepções e criar novos meios de atuação com intenção específica para um determinado contexto escolar, projetando na prática a concretização do seu trabalho.

             “Entendemos que a mudança não se dá de uma vez (tudo e já), vemos a necessidade de passos pequenos, assumidos coletivamente, mas concretos e na direção certa, desencadeando um processo de mudança com abrangência crescente; sala de aula, escola, grupo de escolas, comunidades, sistemas de ensino, sociedade civil, sistema político, etc. Trata-se de uma luta de educação, mas articulada a outras frentes e setores da sociedade: desde novas práticas na escola, passando por mudanças de legislação, até a construção de uma nova sociedade” (VASCONCELOS, 1998, p.20).

Também se deve potencializar a prática pedagógica do grupo docente em língua portuguesa e matemática, por meio de metodologias inovadoras, objetivando sempre a melhoraria do desempenho dos alunos em leitura, escrita e cálculo. Os professores, sempre orientados pela equipe gestora, devem se adequar ao PI, considerando as ações e metas elaboradas, que tem por objetivo promover o progresso e sucesso dos alunos em seus diferentes estágios de aprendizagem.

Incumbe também à equipe diretiva a responsabilidade de organizar horários de planejamento por área de conhecimento no sentido de promover o melhor momento para a equipe docente organizar e aplicar o Plano de Intervenção também em sala de aula. Para eficácia faz-se necessária à conscientização da equipe quanto aos dados de desempenho do grupo discente nas avaliações externas.

Para a realização do PI, a Unidade Escolar oferece espaços de aprendizagem disponíveis (sala de leitura, biblioteca, sala de apoio, sala de informática), que devem fazer parte das estratégias definidas para potencializar a aprendizagem.

  A Unidade Escolar oferece também, materiais pedagógicos, que são recursos importantes para auxiliar o educador na sua prática, possibilitando a interdisciplinaridade e a criação de aulas lúdicas econtextualizadas.

  Portanto, para obter o sucesso do PI, é necessário que toda a comunidade escolar, juntamente com o Conselho de Escola, pais e demais profissionais estejam engajados no mesmo propósito – o sucesso do grupo discente.

 

 

 

 

 

Referências Bibliográficas

 

Constituição Federal de 1988, Art. 206.

Diretor UDEMO – RPP - Revista do Projeto Pedagógico, 2012.

Gestão do Currículo na Escola - Caderno do Gestor – Vol. 1, 2010.

Gestão do Currículo na Escola - Caderno do Gestor – V

 LIBÂNEO, José Carlos. Organização da Escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.

 LIBÂNEO,Oliveira e TOSCHI, Revista Gestão Escolar - Os propósitos formativos do      planejamento docente.

LIBÂNEO José Carlos, OLIVEIRA João Ferreira, TOSCHI Mirza Seabra. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização, 2009, P.345-346,355-378.

LUCK Heloísa. Dimensões da Gestão Escolar e suas Competências, 2008, P. 55-68.

VASCONCELOS, 1998, p.20.

http://www.cfge.ufscar.br/file.php/354/EG_2014/PV/guia_de_estudos_PV.pdf

htpps://www.ideb.inep.gov.br

htpps://www.idesp.edunet.sp.gov.br

htpps://www.portal.mec.gov.br

 

 

 

 

 

 

 

 


 

REFERENCIAL TEÓRICO AO PLANO DE INTERVENÇÃO


Partindo da premissa que todos têm o direito a Educação e que esta é uma conquista histórica e uma  luta que vem desde 1789, onde há a preocupação de colocar a instrução ao alcance de todos os cidadãos (Art. XXII da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão), cabe a nós gestores garantir efetivamente, a todos, sem distinção e discriminação.
O direito a educação vem sendo estudado e leis elaboradas desde 1824, quando deu-se início a garantia da educação para todos os cidadãos, logo após na  Constituição de 1934 foi aprovado: “ O direito de todos à educação, com a determinação de que esta desenvolvesse a consciência da solidariedade humana”. Esta representou o início de uma nova fase na vida do nosso país.
 Passou-se mais de um século, para o reconhecimento mundial do Direito à Educação, onde a  Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948, proclama:



“A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforcem, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. ”



Já em 1959, foi adotada pela Assembleia das Nações Unidas e ratificada pelo Brasil, a Declaração dos Direitos das Crianças, que diz no  princípio sétimo “A criança terá o direito a receber educação que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primeiro.”
Décadas mais tarde, em 1988, na Constituição Federal, no Art. 205, fica definido que:  “A educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”.
No Brasil, em Julho de 1992, é ratificado o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, no ART.13º:

“Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa à educação. Concordam em que a educação deverá visar o pleno desenvolvimento da personalidade humana e do sentido de sua dignidade e fortalecer o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais. Concordam ainda em que a educação deverá capacitar todas as pessoas a participar efetivamente de uma sociedade livre, favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos ou religiosos e promover as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.”

 Mais uma vez firmam o direito a educação a todo cidadão. Quatro anos mais tarde, em 1996 é aprovada a Lei 9394 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que diz no Artigo 5º:
 “O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o  Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo.”

Em 2010 foi realizada, também no Brasil, a Conferência Nacional de Educação (CONAE). Nesta Conferência o  Ministério da Educação cumpre o compromisso institucional de sua organização que foi  assumido, em 2008, durante a Conferência Nacional de Educação Básica.
Atualmente, mais uma tentativa de melhoria para a Educação no Brasil  -  PNE – Plano Nacional de Educação, com as  metas previstas  que  deverão ser cumpridas no prazo de vigência de 2011/2020.
Em linhas gerais, o texto aprovado determina que o Brasil amplie o acesso à educação e melhore a qualidade do ensino. Isso inclui, entre outras metas, erradicar o analfabetismo, universalizar o ensino básico e oferecer escolas em tempo integral em metade das unidades do país. Também faz parte dos objetivos a ampliação no número de vagas no ensino superior, incluindo pós-graduação, e a garantia de aprimoramento da formação e aumento do salário dos professores. Para especialistas, as estratégias relativas à melhoria do ensino deveriam ser mais detalhadas. "A baixa qualidade é o maior problema da educação brasileira e a falta de detalhamento sobre como garantir o avanço efetivo é uma falha do plano", afirma a consultora de educação ILONA BECSKEHÁZY.
“É fundamental  diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que a tua fala seja a tua prática”( PAULO FREIRE).
Mediante todos esses direitos à educação, o objetivo maior da comunidade educacional é o de estabelecer uma escola com um ensino efetivo onde persevere, coletivamente, não somente o ensinar, mas também o aprender para que a escola não se torne excludente.
A realidade da instituição de ensino adquiriu novas perspectivas: a organização do Projeto Político Pedagógico, o seu currículo, o papel da unidade escolar e o desenvolvimento de todos profissionais envolvidos devem renovar-se capacitando e enriquecendo a qualidade continuadamente, sempre tendo como o centro de toda atuação – o aluno.
Na escola EMEF – Escola Municipal de Ensino Fundamental - Professor Pérsio Scatena Garcia, assim como nas demais escolas de Ensino Fundamental, a Matriz Curricular é elaborada junto aos técnicos da Secretaria de Educação, e o planejamento curricular é feito com o coletivo da Unidade Escolar, porém, bimestralmente, é feito um feedback,  onde são retomadas e avaliadas todas as propostas e  projetos previstos para o ano letivo e, quando necessário,  são realizadas as  intervenções.
Esta Unidade Escolar organiza seu currículo por aulas,  levando em consideração a formação do pensamento global e sistêmico do grupo discente, possibilitando a sua autonomia e o desenvolvimento de suas competências e habilidades. O grupo docente, juntamente com a equipe diretiva, se empenha para que cada aula tenha a potencialidade máxima de aprendizagem, que seja cuidadosamente planejada, que mantenha  a sistematização e a sequência dos conteúdos,  respeitando  o tempo e as diferenças de cada um, tornando-os protagonistas de suas próprias histórias, num ambiente criativo, de respeito ao próximo.
  Portanto, atendendo às singularidades do educando, o Projeto Político Pedagógico desta Unidade Escolar alicerça-se em uma concepção educativa dinâmica, onde o aluno é protagonista de sua história de vida e construtor de saberes, tendo seus direitos e deveres.  O aprendiz é motivado a ser ativo e a participar de seu processo de aprendizagem, assim poderá interagir com a comunidade escolar de forma responsável, fortalecendo seu comprometimento com o conhecimento, despertando cada vez mais a vontade de aprender.
  Os conteúdos escolares são organizados em três grupos: Conceituais: que são aportes teóricos – fatos, conceitos e princípios – disponíveis nas diferentes áreas do conhecimento para entender a realidade natural e social nas suas diversas dimensões. Atitudinais: são aqueles que expressam ações éticas, valores e princípios da vida humana. Dimensionam para a percepção da vida no espaço público, na troca com os outros, com base no respeito mútuo, na solidariedade e no diálogo. Procedimentais: são as ações concretas que revelam um sentido crescente de autonomia e criatividade na realização de tarefas. São regras, técnicas, habilidades, estratégias, métodos que envolvem o saber fazer na vida acadêmica e no mundo do trabalho. Esses três grupos de conteúdos escolares são articulados partindo-se da premissa de que o ser humano é uma unidade complexa e pluridimensional.
 A aprendizagem e suas etapas implicam a necessidade pedagógica e didática de avaliar as progressões ao final de cada ano. O grupo docente atua segundo essa organização por contemplar os objetivos relativos a cada etapa, continuidade e coerência metodológica, períodos compatíveis com a progressão das aprendizagens, flexibilidade quanto aos diferentes ritmos e estilos de aprendizagem.
 Quanto à organização do conhecimento escolar no 1º (primeiro) ano do Ensino Fundamental para a educação de crianças de 6 (seis) anos,  está alicerçado nos seguintes âmbitos: a brincadeira como meio de desenvolvimento e de aprendizagem social, a construção da identidade e da autonomia e o desenvolvimento de diferentes linguagens, e o desenvolvimento das diferentes linguagens de representação (musical, plástica, corporal, oral e escrita).
 Relaciona-se com os campos de ação – Língua Portuguesa, Conhecimento de Mundo (história e Geografia), Matemática, Música, Artes, Movimento/Educação Física e Tecnologia da Comunicação favorecendo diversidade de expressão, maior compreensão e possibilidade de ação sobre a realidade. Além de estar integrada em todos os componentes curriculares a História e Cultura Afro Brasileiro e Indígena de acordo com a lei Federal 11.645 de 10/03/2008 e o ensino de Educação ambiental _ Lei Federal 9795 de 27/04/1999 e Lei Municipal 2021 de 16/07/2009.
“Alguns [...] autores entendem a escola como uma parte da sociedade que reproduz o todo das relações sociais, inclusive suas estruturas perversas e suas relações de poder” (SASTRE, 2009:64). Apesar dessa posição por parte de alguns autores, o próprio Sastre traz a visão de outros que entendem que apesar das normas sociais se fazerem presente dentro da escola, elas não são decisivas nas relações escolares (Idem, Ibidem: 69).    
Enquanto gestores é fundamental e  necessário  compreender as relações entre sociedade e escola  para entender os acontecimentos no  espaço escolar, pois muitas vezes é perceptível que a escola reproduz o que acontece na sociedade, como é o caso do preconceito étnico-racial, que assim como incide no espaço social, também pode ser observado na escola.
Nesta Unidade Escolar todas as decisões referentes ao grupo discente e ou situações pedagógicas são tomadas juntamente com  o  corpo docente,  funcionários, pais da Associação de Pais e Mestres e do Conselho de Escola, pois todos nós almejamos uma gestão democrática.
Realizamos as HTPCs (Horário de Trabalho Coletivo Pedagógico), levando em conta as necessidades da U.E., permitindo o desenvolvimento de atividades como formação continuada, reflexão coletiva sobre o trabalho docente e planejamento de aulas.
Quanto às decisões metodológicas trabalhamos com o Sistema MAXI de Ensino, sistema este que foi analisado e escolhido por toda equipe, juntamente com as demais equipes da Rede Municipal de Ensino e a Secretaria de Educação.  Mesmo sendo apostilado, cada professor usa as metodologias conforme as necessidades de seu grupo discente, abordando  conteúdos, critérios de avaliação e recuperação adequados, ou seja, coerentes com a avaliação diagnosticada da clientela e subsidiados  pela  proposta de ensino definida pelo regimento. Também é trabalhada a  interdisciplinaridade  na busca da melhoria da qualidade de ensino, desenvolvendo ações que concretizem os objetivos propostos nos planos de ensino.
De acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -  Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), podemos afirmar que os educadores  - equipe escolar – deverão planejar para cumprir todas estas exigências: elaborar e cumprir plano de trabalho segundo proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; definir os padrões mínimos de qualidade de ensino; estabelecer estratégia de recuperação para os alunos de menor rendimento; proceder à verificação do rendimento escolar; detectar os alunos com atraso ou avanço escolar; adotar metodologias de ensino e avaliação que estimulem a iniciativa do grupo discente. O planejamento é pedagógico porque formula objetivos sociais e políticos e meios formativos para dar uma direção ao processo educativo, indicando porque e como se ensina e, sobretudo, orientando o trabalho educativo para as finalidades sociais e políticas almejadas pelo grupo de educadores. É curricular porque propõe também o currículo, o referencial concreto da proposta pedagógica. O currículo é o desdobramento do Projeto Político Pedagógico, ou seja, a projeção das orientações e das diretrizes operacionais previstas no mesmo (LIBÂNEO). Para tanto devemos estabelecer objetivos claros os quais almejamos, definindo quais procedimentos serão cabíveis para que possa, através de ações, viabilizarem a execução dos objetivos traçados  e pretendidos e assim estabelecer um roteiro norteando um caminho a seguir para atingir tais metas.
A partir dessas conclusões e procedimentos podemos entender o planejamento como antecipação de ações a serem desencadeadas ao longo do ano letivo, utilizando-se de todos os meios disponíveis para atingir os fins que se destina  o ato de educar.
Esta escola  realiza o planejamento de forma a garantir a igualdade de condições para o acesso e permanência do aluno conforme consta no PNE. Também  almeja condições adequadas para o sucesso escolar, incentivando a participação dos pais e responsáveis no acompanhamento das atividades escolares por meio do estreitamento das relações entre a escola e a família.
Estamos diante de um Estado-avaliador. Nesta U.E. a avaliação adquire uma especial relevância, uma vez que o aluno deve ser avaliado constante e continuadamente, com o intuito de verificar o seu aprendizado e, preparando o grupo discente, assegurando o ensino-aprendizagem não só para avaliações escolares, mas também para as avaliações externas federais: ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização) e PROVA BRASIL, que tem por objetivo avaliar  a qualidade do ensino e mede  IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que é um condutor de política pública em prol da qualidade da educação; e a avaliação Estadual: SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), que traça  objetivos  de cada escola considerando o desempenho dos alunos e o fluxo escolar de cada ciclo. Com esses dados estabelece o IDESP (Índice  de Desenvolvimento da educação de São Paulo), que é um dos principais indicadores de qualidade do ensino  na rede estadual paulista. Para enfrentar estes desafios  fazemos estudos prévios, diagnosticando as dificuldades e após estudo e  reflexão com toda comunidade escolar, é tomada a decisão para realizarmos as intervenções necessárias. Toda a escola interage para a melhoria das notas nessas avaliações, com vistas à qualidade que pretendemos alcançar.
A ação de  avaliar consiste no conjunto de ações organizadas e sistemáticas de observação e acompanhamento, registro e análise dos processos de execução de planos de ação e intervenções. Considerando que educação é um ato intencional com propósitos definidos para serem realizados em tempo determinado, garantir o bom uso do tempo, dos recursos e organização dos processos e competência é condição fundamental para promover os resultados esperados.
Quanto ao calendário escolar, o mesmo é feito na Secretaria de Educação com a participação do Secretário da Educação, da Supervisora de Ensino, da Diretora de Ensino Fundamental e das diretoras das Unidades Escolares, fundamentado na lei 9394/ 96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que em seu artigo 24, inciso l, determina uma carga mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuídas por no mínimo 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar, a serem cumpridos por todas as instituições de ensino que ofertam a Educação Básica, e também, que: “ o controle da freqüência fica a cargo da escola, conforme disposto em seu Regimento, e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a freqüência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação” (LDB, Art.24, inciso VI).
“Não basta o diretor, o dirigente ou mesmo o Secretário da Educação declarar que realizam uma gestão democrática, em seus respectivos âmbitos. É preciso que ela se manifeste por atos, situações e, fundamentalmente, por resultados positivos na aprendizagem dos alunos”(LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA PINTO).
 “Existe um momento no processo pedagógico em que o gestor não pode se omitir, do qual professor algum pode se furtar, qual seja, aquele em que está frente a seus alunos, em cada escola e em cada sala de aula, para oferecer-lhes um ensino minimamente qualificado. Pois não se pode imaginar algo diferente no processo ensino-aprendizagem. O produto desta relação deverá ser sempre o crescimento intelectual do aluno” (LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA PINTO).
Conforme consta no Art. 9º do Regimento Escolar – Ensino Municipal de Valparaíso, o gerenciamento é efetuado através de gestão democrática, com a responsabilidade de toda a equipe escolar mediante a: 
I – Autonomia na gestão pedagógica e administrativa, respeitada as diretrizes  e normas vigentes da Secretaria de Educação;
II – Participação de toda a comunidade escolar (direção, docentes, pais, discentes e funcionários), em todos os processos consultivos e decisórios, através de órgãos Colegiados, das instituições auxiliares;
III – Valorização da escola enquanto espaço privilegiado da execução do processo educacional;
IV – Participação dos profissionais da escola na elaboração, execução e avaliação da proposta pedagógica; e
V – Transparência nos procedimentos pedagógicos, administrativos e financeiros.
A importância da gestão democrática é apoiada por diferentes autores da área como Gadotti (2001), Libâneo (2004), Lück (2006); Paro (2006), entre outros. Essa luta em busca da democratização resultou na aprovação do princípio da gestão democrática instituída na Constituição Federal (BRASIL, C. F. art. 206, 2006). Assim, as escolas passaram a ter legitimidade para exercer a democratização da gestão enquanto possibilidade de melhoria na qualidade do processo educacional.
 Segundo  GADOTTI (2001), de nada adiantaria uma Lei de Gestão democrática do Ensino Público que concede autonomia pedagógica, administrativa e financeira às escolas, se o gestor, professores, alunos, e demais atores do processo desconhecem o significado político da autonomia.
 “Não pode haver democracia plena sem pessoas democráticas para exercê-las”(PARO- 2006 – p.25).
Acreditando em uma escola dinâmica e democrática, compete a nós, gestores e docentes,  proporcionarmos um espaço de interação de saberes em favor de um ensino-aprendizagem significativo, construindo mediações capazes de garantir que as diferenças não impeçam a verdadeira ação educativa:  transformadora, coerente e  responsável.
            Gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica. Ela visa romper com a separação entre a concepção e execução, entre o pensar e o fazer, entre a teoria e a prática. Busca resgatar o controle do processo e do produto do trabalho pelos educadores. (VEIGA, 1997, p.18).
Nos artigos 13 e 14  da LDB – é estabelecida  a incumbência dos docentes na participação na elaboração do Projeto Político Pedagógico, que é a chave da gestão escolar. Ressalto que este deve ser um  produto coletivo, onde todos os  atores  ( gestor, professores, assessor pedagógico, pais, alunos e funcionários), participem e estejam realmente comprometidos com a realização de um trabalho sério que envolve muita dedicação e esforço.
 A gestão democrática é uma forma de gerir um ambiente educativo com a participação e democracia com todos os sujeitos envolvidos, se concretizando  por meio dos seguintes  conselhos:
O Conselho Municipal de Educação que tem atribuições normativas, deliberativas, consultivas e de assessoramento a Secretaria de Educação, de forma a assegurar a participação da sociedade no aperfeiçoamento da educação do município.
O Conselho Escolar – com suporte na LDB, lei 9394/96 no artigo 14 onde é tratado os princípios da Gestão Democrática no inciso II – “participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”, esses conselhos devem ser implementados para se ter uma gestão democrática.
O Conselho do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), cuja função principal,  é proceder ao acompanhamento e controle social sobre a distribuição, a transparência e as aplicações dos recursos do fundo, no âmbito de cada esfera ( municipal estadual ou federal). Todos os conselhos são  atuantes com a participação responsável e constante  de todos os membros.
Processo imprescindível é a avaliação do ensino aprendizagem. Partindo desta premissa é necessário que se avalie também a Unidade Escolar em um todo. A avaliação institucional é diferente de avaliação do grupo docente, mesmo que ambas estejam interdependentes. Enquanto a avaliação da aprendizagem serve para analisar o ensino aprendizagem, a avaliação institucional analisa as condições da escola podendo ajudar, inclusive a explicar os resultados da avaliação da aprendizagem, que é um importante referencial.
Os indicadores para a avaliação da aprendizagem também podem auxiliar no processo de envolvimento de todas da unidade escolar no trabalho coletivo da mesma: (DARLING-HAMMOND e ASCHER, 1991, P.37) “... indicadores bem concebidos, que sejam apropriadamente utilizados, podem servir de incentivos positivos para o desenvolvimento da escola. Se indicadores de aprendizagem estudantil encorajam estudantes e professores a focarem o trabalho em habilidades e capacidades, se eles ajudam a identificar necessidades ou problemas (...), então indicadores poderão ser utilizados mais cotidianamente”.
Cabe a nós gestores: analisar comparativamente os indicadores de desempenho da escola, identificando avanços e aspectos, onde é necessária maior atenção para sua melhoria;  promover e orientar  a aplicação sistemática de mecanismos de acompanhamento da aprendizagem dos alunos, de modo a identificar alunos e áreas de aprendizagem que necessitam de atenção pedagógica diferenciada e especial, de forma  individual e coletiva; analisar comparativamente os indicadores de rendimento da Unidade Escolar com referentes ao âmbito nacional – IDEB e   SAEB, estadual -  SARESP – estabelecendo metas para sua melhoria, além de informar a comunidade escolar e local sobre as estatísticas e indicadores por estas avaliações; adotar um sistema de indicadores educacionais para orientar a coleta e análise de dados sobre os processos educacionais como condição para monitorar e avaliar seu desempenho;  promover na escola o compromisso de prestação de contas aos pais e à comunidade sobre os resultados de aprendizagem.
A gestão dos resultados educacionais de acordo com o Prêmio Nacional de referência em Gestão Escolar ( Consed 2007), “ abrange processos e práticas  de gestão para a melhoria de resultados de desempenho da escola – rendimento, frequência e proficiência dos alunos. Destacam-se como indicadores de qualidade: a avaliação e melhoria contínua do processo pedagógico da Unidade Escolar; a análise, divulgação e utilização dos resultados alcançados; a identificação dos níveis da satisfação da comunidade escolar com o trabalho da equipe diretiva; e transparência de resultados”.
Embasado em estudos nossa proposta de avaliação institucional visa avaliar a escola em um todo. Num primeiro momento nosso objetivo será o de avaliar a formação acadêmica do corpo docente.
Será feita a organização, sistematização da coleta dos dados e registros dos mesmos, a análise e comparação do grau de formação com o resultado da prática educativa junto ao corpo docente.
Também será avaliada a instituição em si, a infraestrutura, todos os setores, inclusive a prestação de serviços, ou seja, o atendimento às pessoas, que é um dos itens mais importantes em uma avaliação institucional, será pesquisado: a satisfação dos pais quanto ao atendimento, recepção, a secretaria, ao corpo docente, funcionários e equipe diretiva. Após dados colhidos e estudos realizados serão feitas as adaptações e revisões para identificar as fragilidades e as potencialidades, realizando as intervenções necessárias além de fortalecer e consolidar os aspectos positivos, assim estará estabelecendo uma gestão democrática.
 Trata-se de constituir uma gestão realmente democrática, valorizando a construção da cidadania. Para tanto, é de suma importância que a Unidade Escolar tenha a sua filosofia político- pedagógica resultante da análise crítica da realidade nacional e local expressa no Projeto Político Pedagógico.
Neste processo de reelaboração do Projeto Político Pedagógico da escola dando ênfase  ao Projeto de Intervenção – Avaliações Externas - compete ao Conselho Escolar debater e tornar claros os objetivos e os valores a serem coletivamente assumidos, definir prioridades, contribuir para a organização do currículo escolar e para criação de um cotidiano de reuniões de estudo e reflexão contínua, que inclua principalmente a avaliação do trabalho escolar. Por meio deste processo combate-se a improvisação e as práticas cotidianas que se mostram incompatíveis com os objetivos e prioridades definidos e com a qualidade de ensino que se almeja. 
Para exercício dessas atividades o Conselho tem as seguintes funções:
· Deliberativas – Elaboram normas internas da escola sobre questões referentes ao seu funcionamento nos aspectos pedagógico, financeiro ou administrativo;
·    Consultivas – Quando tem caráter de assessoramento, analisando as questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola;
·     Fiscais – Acompanhamento e avaliação;
·    Mobilizadoras - Quando promove a participação dos segmentos representativos da escola e da comunidade em diversas atividades, contribuindo para a efetivação da democracia participativa e para melhoria da qualidade da educação.
 Vale lembrar que o diretor atua como coordenador na execução das deliberações do Conselho Escolar e também como articulador das ações de todos e os segmentos, visando à efetivação do Projeto Pedagógico na construção do trabalho educativo, podendo ou não ser o próprio presidente do Conselho, conforme o que for estabelecido no Regimento Escolar.
O exercício das atribuições do Conselho de Escola é um aprendizado que faz parte do processo democrático de divisão de direitos e responsabilidades no processo de gestão escolar. Acima de tudo deve ser considerada a autonomia da escola (prevista na LDB), e o seu empenho na construção do Projeto Político-Pedagógico coerente com os objetivos, às metas e prioridades estabelecidas.
 Portanto podemos observar que é de grande valia os Conselhos Escolares, pois através dos mesmos podemos buscar as transformações no cotidiano da Unidade Escolar com o intuito de se construir uma sociedade igualitária e justa.
Vale ressaltar que é de responsabilidade do gestor criar um ambiente estimulador e motivador, orientando as elevadas expectativas de aprendizagem, almejando o sucesso nas    avaliações externas e priorizando o desenvolvimento do grupo discente. Para que tudo se concretize é necessário administrar democraticamente.


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